domingo, 24 de maio de 2009

"tudo que é sólido se desmancha no ar" (karl marx)




pulei em busca do meu destino.

logo no início, encontrei os velhos obstáculos mais uma vez à minha frente, os mesmos que me cercaram por toda minha vida. porém, desta vez foi diferente. desta vez, eu consegui passar por todos eles sem me arranhar. senti-me como se fosse imune a todos esses problemas e ri ao perceber o quanto foram banais.

comecei, então, a sentir a suavidade da brisa. ela passou pelo meu rosto, acariciando a minha face e me seduzindo num carrossel de pensamentos tranqüilos quase como se sussurrasse no meu ouvido promessas de uma nova vida. por este breve momento, eu acreditei nela com a mesma intensidade com que sempre acreditei que meu horizonte escondia por trás dele os segredos da felicidade.

toda essa magia envolvente me transformou mais uma vez em criança. inocentemente, eu me agarrei a essa nova realidade e brinquei com todas as novas descobertas que me aguardavam.

decidido a mergulhar nesse mundo misterioso, encarei o meu horizonte gélido e inerte. minhas memórias se desmancharam no ar como cinzas de um passado esquecido e, por fim, acabei eu mesmo me desmanchando na fútil tentativa de ultrapassar minha própria realidade.

mas, em algum lugar, foi possível sentir que aquela esperança de ser feliz ainda existia, porque ela era feita de algo mais que verdades e fatos: era feita de sonhos.

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